segunda-feira, 22 de junho de 2009

Mira

Había una vez una hermosa ciudad.
En ella vivían un hombre extremadamente rico y un hombre extremadamente pobre.
Cada uno tenía un hijo. Quiso la vida que los dos jóvenes nacieran el mismo día del mismo año.
El día en que ambos jóvenes cumplieron 18 años el hombre muy rico llevó a su hijo hasta lo alto de una montaña, desde donde se divisaba toda la ciudad y le dijo: “Mira, un día todo esto te pertenecerá”
Ese mismo día, el hombre muy pobre también llevó a su hijo hasta lo alto de la montaña y le dijo simplemente: “ Mira!”

[cuento de tradición oral recopilado por Jean-Claude Carrière, escritor, guionista de cine y actor francés, en su libro El Círculo de Los Mentirosos. Fonte: blog de Coralia Rodríguez. Ilustração: Marcelo Ment]

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Árvore Generosa

Era uma vez uma Árvore que amava um menino.
E todos os dias, o menino vinha e juntava as suas folhas. E com elas fazia coroas de rei. E com a Árvore, brincava de rei da floresta. Subia no seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos! Comia seus frutos.
e quando ficava cansado, o menino repousava à sua sombra fresquinha.
O menino amava a Árvore profundamente.
E a Árvore era feliz! Mas o tempo passou e o menino cresceu!
Um dia, o menino veio e a Árvore disse:
"Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos, repousar à minha sombra e ser feliz!"
"Estou grande demais para brincar", respondeu o menino. "Quero comprar muitas coisas. Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?"
"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro. Mas leve os frutos, Menino. Vá vendê-los na cidade, então terá o dinheiro e você será feliz!"
E assim o menino subiu pelo tronco, colheu os frutos e levou-os embora.
E a Árvore ficou feliz!

Mas o menino sumiu por muito tempo... E a Árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia, o menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz."
"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino. "Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos e para isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"
"Eu não tenho casa", disse a Árvore. "Mas corte os meus galhos, faça a sua casa e seja feliz."
O menino depressa cortou os galhos da Árvore e levou-os embora para fazer uma casa.
E a Árvore ficou feliz!

O menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "venha brincar!"
"Estou velho para brincar", disse o menino, "e estou também muito triste." "Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe. Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"
"Corte meu tronco e faça seu barco", disse a Árvore. "Viaje pra longe e seja feliz!"
O menino cortou o tronco, fez um barco e viajou.
E a Árvore ficou feliz, mas não muito!

Muito tempo depois, o menino voltou.
"Desculpe, Menino", disse a Árvore. "não tenho mais nada pra te oferecer. Os frutos já se foram."
"Meus dentes são fracos demais pra frutos", falou o menino.
"Já se foram os galhos para você balançar", disse a Árvore.
"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.
"Não tenho mais tronco pra você subir", disse a a Árvore.
"Estou muito cansado e já não sei subir", falou o menino.
"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe ... "
"Já não quero muita coisa", disse o menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."
"Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria. "Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar.
Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."
Foi o que o menino fez.
E a Árvore ficou feliz. [de Shel Silvertein, Adaptado por Fernando Sabino,  Editora Cosac Naify]


Meninos e Meninas, eu li:

O texto de a Árvore Generosa está postado aqui, mas vale ter o livro nas mãos e contar para uma criança, para um adulto, para qualquer pessoa. Mostrar as figuras, ver a emoção nos olhos de cada uma. Shel - poeta, compositor, músico e cartunista com uma sensibilidade delicada. Sabino fez a tradução, ritmada como todo bom contador de histórias precisa. Livro de capa dura com ilustração em fundo verde, mas não carecia a foto do autor daquele tamanho no verso, chega a assustar - não pela aparência mas mesmo que fosse da pessoa mais linda do planeta, mesmo assim, naquele tamanho não haveria motivo... não sei o passou pela cabeça do editor quando aprovou aquela quarta capa. Enfim, isso não reduz a história nem as ilustrações. Vale a pena. [por Lux]