quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Vida


"Po-chang tinha tantos alunos que se viu obrigado a abrir outro mosteiro. Para achar alguém apto a ser mestre na nova casa, juntou seus monges e colocou um cântaro na frente deles dizendo:

- Sem o chamarem de cântaro, me digam o que é isso.
- Você não pode chamá-lo um pedaço de lenha, disse o monge principal. Nesta altura, o cozinheiro do mosteiro derrubou o cântaro com um pontapé e afastou-se.
Po-chang deu a direção do novo mosteiro ao cozinheiro."

Um koan, na biografia de Bashô, no livro Vida, de Paulo Leminski, Companhia das Letras.


Esse livro é a coisa mais linda de Deus - literalmente a de Jesus é incrivel! Humano e, portanto, como dizia Pessoa, divino! Leminski em prosa, fantástico! Um doce biografia - coisa de poeta pra poeta!

Em breve conto o resto...

Cira e o Velho



E como uma coisa lembra a outra... lembrei do livro!

Em setembro de 2014 escrevi assim: Sábado fui na Primavera Dos Livros, no jardim do Museu da República, no Catete. Adoro esse feira e mesmo sem nenhum tempo passei por lá. Corri as barracas rapidamente e pra nao dizer que nao falei de flores, ou de livros... comprei alguns, lógico, como não faze-lo? Um deles já estava na minha intenção faz tempo, e nao me decepcionou: Cira e o Velho, de Walter Tierno. O que posso dizer do livro se resume em uma frase: Li todo no fim de semana, até em voz alta algumas passagens para o público presente em casa e, finalmente, sonhei com o tema. O que mais se pode querer de um livro? Ah, a cereja do sunday: além de excelente história e delicioso texto, o livro ainda surpreende. Sabe, aquele que voce depois de ler a última página, vai e volta, le de novo "aquele trecho" para saber se entendeu direito... e fecha o livro dizendo...hum, ainda leio de novo esse danado nem que seja parte, rs... ficou agora esperando o próximo do autor. Já li também dele, Anardeus - e amei (como já dito). Indico os dois a todos que procuram ficção de qualidade. Ah, obviamente, os dois livros já estão nas prateleiras da biblioteca do Ponto de Leitura Conto a Conto para quem se interessar em pegar emprestado!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Anardeus


Nas feiras e sebos nunca procuro por algo especifico...procuro por algo que me surpreenda... Assim, na Primavera Dos Livros de 2013 comprei das mãos do autor Walter Tierno, o romance Anardeus - no calor da destruição. Giz Editorial. O que posso dizer? Não parei até terminar o livro. Personagem incrivel, incriveis, história surpreendente, bem escrito, ágil, rápido, cruel, seco, ilustrações bacanas, texto esculpido palavra a palavra, imagens passam feito rolo de cinema na cabeça do leitor. Não posso dizer: amei. Não seria possível (ou seria?) mas me causou estranhamento e pensar no que vi e ouvi, ops, li! #indico (para maiores de18 anos!)

E só conto que o personagem tem uma irmã, gêmea, que mora em São Paulo e sente frio... o resto é viagem, literalmente. 

Mas vai ai a sinopse do autor:

Anardeus nasce feio, cresce ignorado e se torna um adulto desagradável. Sente muito frio, o tempo todo, e só desfruta o conforto do calor quando testemunha tragédias e horrores. Ele odeia tudo e todos, menos sua irmã gêmea, Isabel, sua antítese: linda, amável e cheia de calor.
Anardeus, com a sua personalidade detestável, é um anti-herói incomum e, por isso mesmo, tão interessante. O mundo não deseja Anardeus. Anardeus não deseja o mundo. Mas terão que viver juntos até o final apocalíptico e perturbador.
Anardeus. No calor da destruição tem como cenário São Paulo e seus personagens cínicos, loucos, egoístas. Um romance sem rótulos ou lugar-comum, para ler e sentir tudo – menos indiferença.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Saúde, Riqueza, Prosperidade e a História do Homem e sua Sorte


As inscrições já estão abertas para os encontros dos processos Oneness! Saúde, Riqueza e Prosperidade - para começar muito bem o ano! Acontecerão dia 7 de março de 2015, Sábado. As vagas são limitadas. Inscrições através dos números informado, com o condutor da prática: Douglas Pedra.

Lembrar do ano que começa e anunciar esse encontro, nos fez lembrar de uma história africana, lógico: 

A História do Homem Sem Sorte! 
Esta história possui várias versões, esta é apenas uma delas...


"Era uma vez um homem que se achava o mais sem sorte do mundo. Num sonho, viu que a única solução era procurar o Criador para saber porque era tão sem sorte. Onde o criador poderia morar? Hum, pensou o homem, com toda certeza no fim do mundo. Mas onde é o fim do mundo? Ora, onde todos os caminhos se encontram! Pleno de certezas, o homem saiu de casa, depois de tanto tempo, e foi apressado à procura do Criador.

Ao passar pela floresta, ouviu o gemido de um lobo. Caído de tão doente e enfraquecido que estava. O lobo quando viu o homem agradeceu aos céus e pediu ajuda ao homem. Ao que o homem respondeu:

- Agora não posso, pois tenho uma longa jornada até o fim do mundo, aonde vou me encontrar com o Criador - respondeu o homem apressadamente.

O pobre lobo pediu então que ele falasse com o Criador e lhe pedisse a sua cura. O homem se comprometeu e continuou apressado, tanto que tropeçou na raiz exposta de uma grande e velha árvore, já quase sem folhas, que lhe disse:

- Meu nobre senhor, me ajude, estou morrendo, enfraquecida. Por favor, jogue um pouco de terra sobre minhas raízes expostas! De-me um pouco de água para que eu possa vencer essa secura.

Ao que o homem respondeu:

- Infelizmente agora, não posso, pois estou indo encontrar o Criador que fica no fim do mundo.
- Peça, então, ao Criador por mim. Diga-lhe como estou e como posso me curar desse sofrimento.

O homem concordou apressadamente e virou as costas. Depois de muito correr, chegou a um vale muito florido, com flores de todas as cores e perfumes. Mas ele não reparou. Chegou até uma casa e na frente da casa estava uma jovem muito bonita que o convidou a entrar.

Eles conversaram longamente e de repente se levantou dizendo que não podia perder tempo e quando já estava saindo ela lhe pediu um favor:

- Você que vai procurar o Criador, podia perguntar uma coisa para mim? É que de vez em quando sinto um vazio no peito, que não tem motivo nem explicação. Gostaria de saber o que é e o que posso fazer por isto.

O homem prometeu que perguntaria e, depois de muito caminhar, chegou finalmente ao que lhe pareceu ser o fim do mundo. Sentou-se e ficou esperando até que ouviu a voz do Criador chamando-o.

O homem então falou com aquela voz sobre a sua triste vida e sua imensa falta de sorte e o Criador lhe disse:

- Sua sorte já está no mundo há muito tempo. Basta ficar atento que você vai encontrá-la.

- Mas como? perguntou o Homem Sem Sorte.
- Fique atento! respondeu a voz do Criador.

Quando já estava indo embora, o Criador lhe perguntou:

- Você não tem que levar uma resposta para uma árvore, para um lobo e para uma jovem?
- Tem razão, Senhor.

Depois de escutar o que o Criador tinha para lhe dizer, correu mais rápido que o vento até que chegou à casa da jovem que, ao vê-lo passar, chamou:

- Ei! Você conseguiu encontrar o Criador?
- Sim! Claro! O Criador disse que minha sorte está há muito tempo no mundo. Só preciso ficar atento!
- E quanto a mim, você teve a chance de fazer a minha pergunta?
- Ah! O Criador disse que, o que você sente, é solidão. Assim que encontrar um companheiro vai ser completamente feliz, e mais feliz ainda vai ser o seu companheiro.

A jovem então abriu um sorriso e perguntou ao homem se ele queria ser este companheiro.

- Claro que não. Já trouxe a sua resposta. Não posso ficar aqui perdendo tempo com você, pois tenho que encontrar minha sorte. Adeus!

Virando as costas, correu até a floresta onde estava a árvore. Ela perguntou se trazia a resposta do Criador, e o homem respondeu:

- Tenho muita pressa e vou ser breve, pois estou indo em busca de minha sorte. O Criador disse que você tem embaixo de suas raízes uma caixa de ferro cheia de moedas de ouro. O ferro desta caixa está corroendo suas raízes. Se você cavar e tirar este tesouro daí, vai terminar todo o seu sofrimento e você poderá virar uma árvore saudável novamente.

- Por favor! Faça isso por mim! Você pode ficar com o tesouro. Ele não serve para mim. Eu só quero de novo minha força e energia.

O homem respondeu furioso:
- Já lhe trouxe a resposta. Agora resolva o seu problema. Preciso procurar a minha sorte e eu não posso perder tempo aqui conversando com você, muito menos sujando minhas mãos na terra.

Virando as costas, atravessou a floresta mais rápido do que antes, e chegou aonde estava o lobo, mais magro ainda e mais fraco. 
O homem falou-lhe apressadamente:
- O Criador mandou lhe falar que você não está doente. O que você tem é fome. Está morrendo de inanição e como não tem mais forças para sair e caçar, vai morrer aí mesmo. A não ser que passe por aqui uma criatura bastante estúpida e você consiga devorá-la.

Nesse momento, os olhos do lobo se encheram de um brilho estranho e, reunindo o restante de suas forças, deu um salto e devorou o homem 'sem sorte'."